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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O que é ser inteligente?

A palavra “inteligência” tem sua origem na junção de duas palavras latinas: inter = entre e eligere = escolher; assim, inteligência é a capacidade de fazer escolhas, de formar ideias, compreender. Poderíamos relacionar a inteligência as habilidades e competências, palavras muito usadas nos discursos sociais contemporâneos. Enfim como podemos saber quem é inteligente? Como mensurar a inteligência? Qual a origem da inteligência?  
Muitas questões e poucas respostas... Os testes psicológicos criticados por diversos autores ainda são umas das únicas formas para avaliar e mensurar características de inteligência, mesmo assim deixam a desejar em alguns aspectos, bem como estes podem ser considerados rótulos e estigmas para quem for identificado.
O tema inteligência esta sempre em debate não apenas nos bancos escolares, mas no ambiente de trabalho e na sociedade.
Afinal o que consideramos inteligência no mundo contemporâneo no qual vivemos?
O que é ser inteligente em uma sociedade que exige cada vez mais habilidades diversificadas do sujeito?
Inteligência é uma questão cultural?
A sociedade exige profissionais dinâmicos, conectados, empreendedores, criativos, dedicados, com ideias originais e inovadoras a fim de vencer a concorrência e o mercado competitivo que se apresenta. De acordo com Gardner (1982) são várias as formas de inteligência além das reconhecidas habilidades lingüística e lógico-matemática, outras seis formas de inteligência: espacial (mais presente em navegantes e engenheiros); corporal-cinestésica (desenvolvida em atletas ou dançarinos); interpessoal (representada pela capacidade de compreensão dos sentimentos do outro); intrapessoal (expressa pelo autoconhecimento); naturalística (referente à relação da pessoa com a natureza) e musical.
Logicamente nos identificamos com alguma destas inteligências explicitadas por Gardner, no entanto não há testes ou comprovação de como mensurá-las e de como elas são mantidas, desenvolvidas ou até mesmo modificadas durante nosso desenvolvimento.
Se olharmos para as instituições de ensino perceberemos que os alunos destacam-se mais em algumas disciplinas do que em outras, identificam-se mais com alguns docentes do que outros. Será que as instituições de ensino percebem esta diversidade de inteligências?  Qual o conceito de inteligência no ensino superior? Há coerência entre a formação acadêmica e o mercado de trabalho?
A educação como um todo não acompanhou o ritmo das evoluções mercadológicas e tecnológicas. Encontramos hoje nas faculdades e universidades um desafio constante de manter o aluno e fazer com que o mesmo aprenda e se desenvolva, pois o ensino superior é o desenrolar de uma grande bola de neve construída desde as séries iniciais, onde o ensino é precário e muitas vezes insuficiente. Isso reflete no ensino superior, onde conhecimentos que deveriam ter sido adquiridos em séries anteriores estão sendo revistos e reaplicados no ensino superior como uma forma paliativa de nivelamento aos alunos, para que assim possam adquirir novos conhecimentos específicos do curso.
O ensino superior trabalha com uma diversidade muito grande de alunos de faixas etárias e classes sociais diversificadas, o que é fundamental para a troca de conhecimentos e crescimento profissional e pessoal dos acadêmicos. No entanto o conflito entre as diversas formas de aprender entre as gerações atendidas pelo ensino superior é algo inevitável e por isso deveria ser explorado e utilizado a favor da educação ampliando espaços pedagógicos e dinamizando técnicas e metodologias de ensino.
Em meio a este contexto onde a qualidade de ensino deixa a desejar, as instituições de ensino superior   tem o desafio de educar e formar profissionais extremamente qualificados para uma sociedade contemporânea cada vez mais exigente.
Cabe a nós questionarmos se o que é ser inteligente no ensino superior se aplica também à sociedade e vice-versa?